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Lipoaspirando a tristeza
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Lipoaspirando a tristeza
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Como todos sabem, aumentou muito nos últimos anos o número de intervenções cirúrgicas estéticas e, consequentemente, o número de vítimas de cirurgias mal sucedidas. As pessoas estão cada vez mais buscando a perfeição e até submetendo-se a mais de uma cirurgia. Até a última década, recorria a elas apenas quem portava uma real imperfeição, como uma orelha de abano, um nariz avantajado, seios caídos, a famosa "pochetezinha" na barriga, etc...
Hoje, muita gente sem tanta necessidade entra até em financiamento para uma intervenção. E caiu a faixa etária: pessoas com menos de 30 anos já estão nessa também.
Em busca de algo
Obviamente, se buscamos uma intervenção é porque achamos que algo em nós não agrada, ou a nós mesmos, ou também aos outros. Depois dela, temos uma sensação momentânea de aumento de autoestima.
Porém, cabem algumas perguntas:
Até que ponto a pessoa que busca a perfeição física não está buscando algo para "compensar" rapidamente um incômodo emocional, uma frustração?
Quanto tempo dura essa nova autoestima?
Será que a pessoa que busca mais de uma cirurgia estética não está tendo uma percepção deturpada de si, sentindo-se desvalorizada, mal amada e com a falsa expectativa de que uma alteração física promoverá todas as mudanças desejadas em sua vida?
Relatividade emocional
Quando estamos abalados emocionalmente, temos uma tendência inconsciente de depreciação, ou seja, não nos valorizamos, não nos achamos bonitos, atraentes, interessantes, inteligentes.
Costumo fazer essa analogia com meus pacientes: se vamos a uma "baladinha" e estamos com nosso emocional equilibrado, com uma boa autoestima, e alguém nos olha, a tendência nos homens é a de estufar o peito e da mulher mexer nos cabelos. É um código não consciente para sinalizar que percebeu que está sendo admirado(a).
Já, se estamos emocionalmente desequilibrados, com a autoestima em baixa e alguém nos olha, automaticamente olhamos para trás para ver para quem a pessoa está realmente olhando ou buscamos algo errado em nós mesmos para justificar aquele olhar do outro, como se não merecêssemos ser admirados.
Neste segundo caso, quando se vê no "espelho emocional", a pessoa não consegue perceber suas qualidades. E é nesta situação que ela pode, equivocadamente, procurar mudanças imediatas estéticas. Mas, se o problema não for físico e sim emocional, a pessoa terá apenas um "up" momentâneo e não algo mais profundo e duradouro.
Por características culturais, os ocidentais tendem a procurar ajuda médica apenas quando o problema já está muito evidente.
Talvez seja o momento de pensarmos sobre a importância da prevenção emocional, para nos descobrirmos, avaliarmos nossas crenças (que, muitas vezes, são equivocadas) e buscarmos ser seres humanos mais completos e equilibrados.
Fica então um alerta aos pacientes e, principalmente, aos profissionais sérios, para avaliarem a necessidade de cada caso e perceberem se por trás da opção pela cirurgia não está um pedido de ajuda emocional.
Como todos sabem, aumentou muito nos últimos anos o número de intervenções cirúrgicas estéticas e, consequentemente, o número de vítimas de cirurgias mal sucedidas. As pessoas estão cada vez mais buscando a perfeição e até submetendo-se a mais de uma cirurgia. Até a última década, recorria a elas apenas quem portava uma real imperfeição, como uma orelha de abano, um nariz avantajado, seios caídos, a famosa "pochetezinha" na barriga, etc...
Hoje, muita gente sem tanta necessidade entra até em financiamento para uma intervenção. E caiu a faixa etária: pessoas com menos de 30 anos já estão nessa também.
Em busca de algo
Obviamente, se buscamos uma intervenção é porque achamos que algo em nós não agrada, ou a nós mesmos, ou também aos outros. Depois dela, temos uma sensação momentânea de aumento de autoestima.
Porém, cabem algumas perguntas:
Até que ponto a pessoa que busca a perfeição física não está buscando algo para "compensar" rapidamente um incômodo emocional, uma frustração?
Quanto tempo dura essa nova autoestima?
Será que a pessoa que busca mais de uma cirurgia estética não está tendo uma percepção deturpada de si, sentindo-se desvalorizada, mal amada e com a falsa expectativa de que uma alteração física promoverá todas as mudanças desejadas em sua vida?
Relatividade emocional
Quando estamos abalados emocionalmente, temos uma tendência inconsciente de depreciação, ou seja, não nos valorizamos, não nos achamos bonitos, atraentes, interessantes, inteligentes.
Costumo fazer essa analogia com meus pacientes: se vamos a uma "baladinha" e estamos com nosso emocional equilibrado, com uma boa autoestima, e alguém nos olha, a tendência nos homens é a de estufar o peito e da mulher mexer nos cabelos. É um código não consciente para sinalizar que percebeu que está sendo admirado(a).
Já, se estamos emocionalmente desequilibrados, com a autoestima em baixa e alguém nos olha, automaticamente olhamos para trás para ver para quem a pessoa está realmente olhando ou buscamos algo errado em nós mesmos para justificar aquele olhar do outro, como se não merecêssemos ser admirados.
Neste segundo caso, quando se vê no "espelho emocional", a pessoa não consegue perceber suas qualidades. E é nesta situação que ela pode, equivocadamente, procurar mudanças imediatas estéticas. Mas, se o problema não for físico e sim emocional, a pessoa terá apenas um "up" momentâneo e não algo mais profundo e duradouro.
Por características culturais, os ocidentais tendem a procurar ajuda médica apenas quando o problema já está muito evidente.
Talvez seja o momento de pensarmos sobre a importância da prevenção emocional, para nos descobrirmos, avaliarmos nossas crenças (que, muitas vezes, são equivocadas) e buscarmos ser seres humanos mais completos e equilibrados.
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